Sempre diferentes



Está certo que o que eu vou falar aqui já deve estar meio desatualizado, mas vamos lá.

Em julho li Anjos e Demônios, um dos best-sellers do Dan Brown, achei o livro tão legal e emocionante que em tão pouco tempo já tinha-o devorado. Desde então, estava anciosíssimapara ver o filme, que por sinal era baseado na versão literária. Até que ontem, finalmente tive a oportunidade de assistir, então eis que: acabei me decepcionando. Tudo bem, não precisava ser uma cópia fiel da obra, mas alterar a história do início ao fim passou dos limites.

Pesquisando hoje na internet, descobri ( e já era óbvio), que muitas pessoas também não concordaram com as tantas alterações feitas no roteiro. Das críticas que li, achei o texto que irei colocar aqui resumir bem tudo o que eu e muitos outros acharam do filme. Como eu nao estou com um pingo de paciência sequer para escrever sobre a história de cabo a rabo, vale um Ctrl C,Ctrl V aqui, o amigo do http://memoriasfracas.com soube fazer muito bem.

"Assim que o filme começa, já percebemos as mudanças que a adaptação para o cinema pediu. Enquanto que o livro narra um assassinato nos primeiros capítulos, o cinema mostra Vittoria Vetra produzindo frascos da explosiva anti-matéria. Embora isso aconteça no CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares), que é importantíssimo no livro, o instituto aparece apenas nos primeiros cinco minutos do filme e nada mais.

Logo depois que descobrem que um frasco de anti-matéria foi roubado, somos apresentados a Robert Langdon (Tom Hanks). Com corte de cabelo novo e nadando na piscina, Hanks continua sendo a pessoa perfeita para viver o simbologista. O ator transmite uma serenidade e uma inteligência que dão veracidade a seu personagem, assim como o livro o descreve.

Quando o enredo se desenvolve mais um pouco, as cenas na cidade do Vaticano e de Roma começam a surgir. Embora a equipe de filmagens não tenha obtido autorização para filmar no Vaticano, a reconstrução dos cenários foi muito bem realizada. Transmite realismo e veracidade. As tomadas na Basílica de São Pedro são grandiosas. A aglomeração de gente que “Anjos e Demônios” mostra chega a causar arrepios. O mesmo não acontece nas filmagens no suposto Panteão, que foram claramente (mal) digitalizadas.

Acreditava-se que “Anjos e Demônios” daria ênfase às obras de arte que compõem o Caminho da Iluminação, mostrando os detalhes das esculturas de Bernini que dão pistas para que Langdon chegue a suas conclusões. No entanto, isso não acontece. As obras ficam em segundo plano na maior parte do tempo.

Algo que incomoda é o ritmo que a história leva. Em momentos cruciais, de reflexão dos personagens em busca de respostas, ela fica rápida demais. Em compensação, em passagens não tão importantes assim, fica deveras lenta. Sem falar na falta de sincronismo entre Langdon e Vittoria. Durante a maior parte do filme não ocorre uma química entre os personagens, que parecem estar em velocidades diferentes.

Por algum motivo obscuro, nomes de vários personagens foram mudados. O camerlengo, que no livro de chama Carlo, passa a ser chamado de Patrick na versão para cinema. O oficial Rocher também ganha outro nome: vira comandante Richter.

Motivo mais obscuro ainda levou os roteiristas a removerem dois personagens importantíssimos da trama. Tanto Leonardo Vetra quanto Maximilian Kohler não são sequer citados no filme. A falta de Vetra torna-se um obstáculo para Vittoria, que no livro está numa busca incessante pelo assassino do pai. Diferentemente da Sophie de “O Código DaVinci”, Vittoria não tem tanta importância na história. E, embora a atriz Ayelet Zuerer seja lindíssima, está insossa no papel.

Kohler também é fundamental na publicação, mas perde suas atitudes – em especial as que envolvem o camerlengo – para um outro personagem. Nada detalhes para não revelar o fim do filme, mas fique certo de que não é exatamente igual ao do livro.

O Hassassin? Esse praticamente entra mudo e sai calado. É outro que tem enorme importância no livro, mas é relegado no filme. Cumpre seu papel de matar, mas não expõe nenhum drama nem as necessidades carnais que o livro aponta. Não é por acaso que uma das cenas mais tensas da publicação, que é quando Vittoria está a um passo de ser estuprada pelo bandido, some do filme.

Outros dois personagens que eu esperava ansiosamente para ver como se sairiam nas telonas eram o repórter Gunter Glick e a cinegrafista Chinita Macri, da BBC. A falta dos repórteres é compensada, em parte, pela presença de diversas televisões do mundo inteiro mostrando o conclave: CNN, Telemundo, entre outras.

Algo que incomoda tanto no livro quanto no filme é como a Guarda Suíça, que só deveria defender a cidade-estado do Vaticano, faz o que bem entende na cidade de Roma. A polícia romana não percebe essa intrusão na própria jurisdição? Até hoje isso não está claro para mim.

Se você gosta de filmes de suspense, pode assistir a “Anjos e Demônios” tranquilamente. Embora tenha pontos de discordância com o livro, a história do filme até que foi bem amarrada. Alguns personagens fazem falta, mas quem não leu o livro provavelmente não perceberá isso."

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