Quando eu era pequena, o mundo em minha volta tinha um sentido diferente, eu não sabia de quase nada e muito do que eu fazia ou pensava dependia da minha imaginação.
Não sabia exatamente o que era crescer, na verdade me lembro de quando eu
acreditava que certo dia dormiríamos crianças e acordaríamos adultos, como num passe de mágica. Lembro também de ter perguntado à minha mãe o que íamos fazer com o telhado da casa no dia em que a gente ficasse mais alto que ela. Eu tentei tantas e tantas vezes desenhar um simples ‘boneco palito’ e nunca conseguia. E nessa época, eu tinha medo de polícia e fotógrafo e por um tempo até acreditei em Papai Noel. Me intrigava e não fazia idéia de como as pessoas iam parar dentro da televisão ou como as vozes saíam do rádio. Quando eu era criança, qualquer pessoa de 13 ou14 anos já representava a figura de um adulto pra mim, ou como eu chamava: ‘um grandão.’Então eu cresci, e muitas coisas que me pareciam difíceis ou impossíveis de entender, eu entendi. Não sou mais a criança totalmente indefesa mas ainda não consegui me sentir adulta, embora muitos já me considerariam assim. Sei que tenho muito a descobrir pela frente, ainda há coisas a serem resolvidas, explicadas e vistas com um outro olhar. Mas eu não tenho mais pressa. É tudo um processo... como sempre foi.