Quando Rubinho já estava um pouco maior, surgiu-lhe a oportunidade de morar com uma tia na cidade grande. Era uma boa chance de crescer nos estudos e conseguir um futuro melhor que aquele que seria no interior.
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E assim aconteceu. O menino cresceu, se casou e se tornou o Dr. Rubens. Sua inteligência o levou longe e agora poderia ajudar a família e proporcionar aos filhos a vida boa que não teve.
Certo dia, perto do Natal, ele recebe uma correspondência de sua mãe. Encontra um papel com aspecto sujo e desamassado, amarelado pelo tempo. Ao abrir, impressiona-se ao reconhecer as letrinhas arredondadas ali escritas. Era a sua carta ao papai Noel, de palavras inocentes, a tanto tempo atrás. Minha mãe deve ter achado-o no chão e o guardara até hoje - ele pensou. Começou então a lembrar da infância difícil, do pouco que tinha e começou a chorar. Dessa vez não era por raiva, mas por emoção. Percebeu que a vida não tinha sido injusta com ele, como pensava e naquela noite, dormiu com um propósito.
Ao amanhecer, comprou uma bicicleta bonita, do jeito que sonhava. Mas essa não era para ele nem para os seus filhos. Enxergou num garoto pobre que via sempre perto do serviço ele próprio. A pobreza do passado e os sonhos que pareciam impossíveis. Decidiu presenteá-lo. A bicicleta que ele tanto desejava iria alegrar uma outra criança.
E assim fez. Descobriu que papai Noel não fora sempre uma ilusão, mas que ele pode estar dentro de cada um. Sentiu-se feliz!